Minhas Metades

 Hoje, estava na casa de uma "grande amiga" chamada Mariana. Amiga de longa data, que ja passamos por muitas coisas juntas... e que hoje damos muitas risadas do que já aprontamos... rs. No contexto da cena, estavamos conversando sobre N assuntos, quando ela me falou que quando ouvia essa música lembrava de mim. O motivo? não sei... mas minha amiga Mary... que é sempre muito sincera, me descreveu nessa canção que já havia escutado a muitos anos... onde não significou tanto pela falta de vivencia.

Mariana, parte minha... assim como na Música; sim amiga... você é parte da minha vida e das minhas mais lindas e profundas experiencias.

Neste exato momento, essa canção, mais aproximada de uma poesia... ( e digo mais ) muito parecida com minha escrita, descreve-me em cada particular termo. Oswaldo Montenegro que me perdoe... hoje a tomo como minha... "só minha"; na verdade...

"Minhas Metades"

Metade

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho, Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito, Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito, Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe, Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida, Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo, Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço, Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora, Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro, Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso, Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui, A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria, Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais, 
Porque metade de mim é abrigo, Mas a outra metade é cansaço. 
Que a arte nos aponte uma resposta, Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar, Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia, E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada, Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.