“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original, e aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos, por aqueles que não podiam escutar a música.”

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Crônicas de um coração "quase" ileso

Crônicas de um coração "quase" ileso
E quando ele a chama na janela, seu estômago virou do avesso, é ele vindo para despejar suas palavras volúpias, cheia de charmes, rede de desejos reprimidos se mostravam em cada linha daquela conversa. Tudo que ela tinha um dia desejado estava acontecendo, viagem, tempo, segredos... ahhh os segredos!!!
Tudo acontece tão rápido que mesmo se seu cérebro quisesse impedir não conseguiria mais, os outros sentidos já haviam feito uma revolução, tomado conta e como se a felicidade, difícil de digerir, tivesse se tornado, de repente, enjôo. E ela tentando inutilmente se convencer que tinha algum controle da situação, pensava: 
- A maçã do paraíso, "mordo ou não? ... What the hell, why not?".

a maçã do paraíso "mordo ou não?
“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia delas. Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido: sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”
Dentro de algumas horas ela iria entrelaçar seus dedos em seu pescoço, olhar naqueles olhos languidos, olhar de quem acabara de ter um orgasmo, morder aquela boca-coração com nuances avermelhados que combinam perfeitamente com seu rosto magro, emoldurado pela sua barba-mal-feita tão bem feita.

"Não consigo mais conter minha libido."
- Não consigo mais trabalhar. Não consigo pensar numa roupa que não me deixe gorda! Não consigo mais conter minha libido. Não consigo pensar em nada além de cada centímetro do meu corpo cabendo perfeitamente na ponta de sua língua. 
Essa ansiedade vai corroendo o resto que a úlcera deixou...
E em um sono de beleza, acordada como uma princesa da Marvel; o beijo do homem aranha. Sim, de ponta cabeça! Sente seu mundo fugir aos sentidos... e naquele momento, somente dois lábios saciando aquela vontade. 
O primeiro toque, a primeira vez, a química de um explosivo, química tão sensivel que pode explodir e não ter mais controle. Tenta se conter, a voz quer sair, sussurrar é a solução: Ahhhh...!!!

beijo de Princesa da Marvel
E pela noite, olhares se cruzam por dentro da multidão, já não conseguem disfaçar a cobiça. A música toca alto, enquanto ela pensa nas conversas que tiveram e a fizeram parar ali naquele momento e ele finge que não a olha cada movimento de sua silueta. "Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro, teu olhar não me diz quem és, mesmo assim eu te devoro e te devoraria a qualquer preço, se vc  quer saber se eu quero outra vida?! Não, Não... Eu quero mesmo é viver pra esperar e devorar você!"(- Engraçado como algumas músicas combinam com certas situações, não?!)

Ele a chama de doidinha e de linda na mesma frase e diz que tem que manter os pés no chão.
- Não vejo a hora de ficarmos a sós. Vamos embora? 
- Vamos. É claro que vamos. (ela irônicamente responde)
No caminho fica tentando arrumar uma desculpa pra si mesma pra não entrar dentro daquele quarto, engolir ele inteiro, deliciar-se com cada pedacinho dele e com uma chave-de-perna segurar-lhe e ficar ali, roendo seus ossos enquanto ele dorme.
E ela diz, claramente numa mentira sincera: - isso é só passageiro, só uma brincadeira!!!
Ela queria ter a coragem de saber o que a prende, a paralisa! Será que são seus olhos que a fazem cruzar essa divisa? Ou será a sua curiosidade de uma aprendiz diante de um mundo de descobertas?
No fim do corredor
E tudo que ela sente é que é se como estivéssem ali durante os séculos fazendo amor, é como se a vida terminasse ali no fim do corredor...  
E ele olha pra ela querendo dizer  “Não me odeie quando nós formos embora e pedir pra você me esquecer?” E ela, como que por telepatia, responde que está tudo bem. Mas, ia ser tão bom se pudessemos ficar ali, num infinito particular.
Ficam ali acordados até perceberem que a noite virou dia. Rindo um da cara de bobo do outro, ele a chamando de maluca, ela ficando com os dedos dos pés amortecidos e perdendo toda sua dignidade em cada gargalhada que ele dava com seu dente perfeito recentemente tocados pelos seus lábios.
“Dorme gatinha, amanhã nos vemos.” Então ela vira as costas e ele sai de um jeito que só ele saberia, e ela fica ali, tentando pensar em algum jeito de sair daqueles braços com o coração "quase" ileso.


História retirada e inspirada nas Cronicas de uma Duquesa.

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